IA é usada em grande escala na campanha presidencial argentina

 

A campanha presidencial argentina é a primeira da região na qual a Inteligência Artificial (IA) está sendo usada em grande escala. As ferramentas de IA estão sendo usadas para produzir vídeos, imagens e outros conteúdos que circulam nas redes sociais.

Imagem gerada por IA eleições na Argentina

A campanha de Sergio Massa, candidato do Frente de Todos, admitiu ao GLOBO que ferramentas de IA são essenciais para a equipe de estrategistas que assessora o candidato.

Já fontes da campanha do candidato da direita radical Javier Milei negaram a utilização da IA, mas admitiram que sistemas populares atualmente, entre eles Midjourney e Dall-e, são usados por apoiadores do líder do partido A Liberdade Avança.

Um dia após o último debate entre os dois candidatos, a campanha de Massa lançou ontem nas redes um vídeo sobre um episódio que traumatizou a sociedade argentina: o afundamento, em 2 de maio de 1982, do cruzador ARA Belgrano, durante a Guerra das Malvinas, que matou 323 argentinos.

No vídeo, com personagens de animação, aparecem soldados argentinos na embarcação, e em seguida a então primeira ministra britânica, Margaret Thatcher, dando a ordem de “atacar o Belgrano”. Antes do ataque acontecer, aparece a voz de Milei dizendo que “na História da Humanidade ouve grandes líderes, a senhora Thatcher foi [um deles]”.

O vídeo termina com a seguinte mensagem, dita por Massa durante o debate: “Um país não pode ser liderado por quem admira seus inimigos.”

Peronista

Polêmica com IA

Na semana passada, um vídeo produzido por seguidores do candidato da direita radical causou forte polêmica no país.

Nele, o candidato peronista aparecia cheirando cocaína. A campanha de Massa acusou a de Milei de criar as chamadas deepfakes que, como explica o brasileiro Ricardo Campos, professor assistente na Universidade Goethe, de Frankfurt, na Alemanha, e diretor do instituto LGPD, “são vídeos ou áudios manipulados para parecerem genuínos”.

Deepfakes

Campos afirma que o uso de deepfakes em campanhas eleitorais é uma preocupação crescente. “Candidatos políticos e figuras públicas podem ser retratados dizendo ou fazendo coisas que nunca ocorreram, o que pode afetar drasticamente a opinião pública”, diz.

Milei

O argentino Agustín Huerta, vice-presidente senior de Inovação Digital da multinacional Globant, concorda e defende a necessidade de que exista algum de regulação sobre o uso de IA.

“A existência de um marco legislativo é necessária, mas é difícil de avançar”, admite Huerta.

O uso de IA nas campanhas

O uso de IA na campanha presidencial argentina é um fenômeno novo e que levanta preocupações sobre a possibilidade de uso de deepfakes para manipular a opinião pública.

A falta de regulamentação sobre o uso de IA em campanhas eleitorais na Argentina e em outros países da América Latina torna ainda mais urgente a necessidade de discutir o tema.

Comentários:

O uso de IA na campanha presidencial argentina é um fenômeno que merece atenção. As ferramentas de IA podem ser usadas para produzir conteúdos criativos e informativos, mas também podem ser usadas para fins maliciosos, como a produção de deepfakes.

É importante que a sociedade esteja ciente dos riscos associados ao uso de IA em campanhas eleitorais. Os eleitores devem ser capazes de identificar conteúdos manipulados e tomar decisões informadas sobre seus votos.

Regulamentação

A falta de regulamentação sobre o uso de IA em campanhas eleitorais na Argentina e em outros países da América Latina é um problema que deve ser resolvido. É importante que os governos criem marcos legais que protejam os eleitores da manipulação e garantam a transparência das campanhas